O mercado de logística está em franca expansão. Embora enfrente muitos gargalos no Brasil, que ocupa apenas a 56ª posição no ranking Logistics Performance Index (LPI) do Banco Mundial, o setor tem muito espaço para crescer. A Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) estima que o setor privado vai investir R$ 124,3 bilhões em transporte e logística de 2022 e 2026. Mas investir em logística no Brasil não significa concorrer diretamente com os Correios.
Claro que isso é possível, caso o investidor tenha condições de aplicar um montante monstruoso de recursos e obter a capilaridade singular dos Correios para chegar a todos os cantos do país. Se isso for inviável, é possível trabalhar nichado para atender regiões e o e-commerce, que vai continuar registrando alta de dois dígitos ao ano, com previsão de crescimento forte em 2023, em função de a economia estar melhorando.
Também não é obrigatório investir pesado em uma frota parruda de grandes veículos. O setor pede cada vez mais diversidade modal, em consonância com o forte apelo da sustentabilidade, que cada vez mais marca os novos negócios. Veículos elétricos, entregas de bicicleta e a pé podem encontrar um mercado ávido por alternativas não poluentes e alinhadas com a economia ambientalmente consciente.
Há muito espaço para investir. Como sempre cito, as 10 maiores empresas do Brasil representam menos de 2% do potencial do mercado de logística do mercado brasileiro. Nos Estados Unidos, as 10 maiores empresas somam 15% do mercado e na Europa, 24%. Tem muita oportunidade no Brasil que ainda não está sendo observada, mas é preciso conhecimento em logística.
Uma boa sugestão é buscar pequenas e médias cidades que tenham um bom cálculo de retorno, fazer um planejamento de network para crescer, agregando novos locais ao portfólio. Pequenas empresas servem como ponto de entrega para grandes operadores. Como se sabe, o Brasil tem grandes problemas de infraestrutura e precisa de muitos investimentos em modais de transporte. Se todo mundo tem o mesmo problema, descobrir um nicho diferenciado é um fator que pode ser usado em benefício do negócio.
A logística no Brasil é um bom investimento e precisa de quatro itens básicos: bom produto, tecnologia, competência humana e visão de médio e longo prazo. A tecnologia é um importante diferencial para que a empresa possa oferecer versatilidade, agilidade e ganhar em competitividade. Este ano, o segmento registrou grandes investimentos em tecnologia, inovação, expansão e infraestrutura em busca de maior eficiência. Pesquisa do Gartner aponta que as companhias impulsionaram a automação nos dois últimos anos.
A Pathfind justamente presta serviços de tecnologia para ajudar empresas de qualquer tamanho a melhorar sua roteirização, diminuir emissão de carbono, ter maior visibilidade. No mercado desde 2013 é a única empresa de otimização e roteirização desenvolvida a partir de uma base de algoritmos. A Pathfind tem de 70 algoritmos, que trabalham no método stand alone (autossuficiente), para contribuir com o crescimento de negócios de logística.
Por: Antonio Wrobleski, especialista em logística, presidente do Grupo BBM, membro do Conselho Administrativo, sócio e conselheiro da Pathfind. Engenheiro com MBA na NYU (New York University) e também sócio da Awro Logística e Participações. Ele foi presidente da Ryder no Brasil de 1996 até 2008, em 2009 montou a AWRO Logística e Participações, com foco em M&A e consolidação de plataformas no Brasil. Foi Country Manager na DHL e Diretor Executivo na Hertz. O trabalho de Antonio Wrobleski tem exposição muito grande no mercado Internacional, com trabalhos em mais de 15 países tanto no trade de importação como de exportação. Além disso, ele é faixa preta em Jiu-jítsu, há 13 anos, e pratica o esporte há 30 anos.